segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Condomínio de Casas Gemini


A primeira solução, mais habitual, teria sido dispor ao longo da rua interna as casas que o cliente, um construtor do interior do estado do Ceará, encomendou para a INmense, Escritório de Arquitetura. Isto significaria fragmentar o seu terreno em lotes menores e independentes, repetindo a velha fórmula de ocupação que leva à individualização do uso da cidade.
Esta primeira hipótese não resistiu, pois o escritório encontrou na cidade aquele espírito do interior, onde as pessoas tem uma relação muito intensa com a rua e a comunidade.
Surgiu então, a ideia de implantar um bloco residencial à uma rua interna, criando assim um espaço interno que remete ao uso das calçadas como meio de aproximação da comunidade, dando uma maior interação entre os futuros moradores do empreendimento. A hipótese ganhou fôlego quando percebemos que poderíamos aumentar o número de unidades habitacionais, de três para quatro, sem alterar a área de cada uma delas. O cliente pedia uma média de 90m² cada.
Mas tudo ainda dependia de outro passo: solucionar a planta de cada unidade. O programa era enxuto: sala, cozinha, dois à três dormitórios, incluindo uma suíte, banheiro social e lavanderia. Tudo isto precisava ser bastante organizado na pequena área de implantação para viabilizar as qualidades de cada ambiente proposto.
Assim, o bloco articula quatro unidades com dois tipos de planta, encaixados: um tipo tem caixa da escada voltada para frente e com dois dormitórios e uma sala ampla e o outro, com a escada voltada para atrás da construção e três dormitórios. Os banheiros ficam concentrados na coluna dos reservatórios de água (também individuais), ao redor de shafts que garantem a ventilação natural. Apesar de intricadas, cada unidade funciona independente da outra, tanto no ponto de vista das instalações, como no ponto de vista espacial.
A individualização visual das casas foi abrandada com aspectos de desenho como os beirais das varandas, as caixas de escadas e a composição geral do bloco gerada pelas grandes portas e janelas na fachada principal, que dão um sentido de unidade ao bloco residencial.


















Cálculo Estrutural: Engenheiro Estrutural, Paulo;
Instalações: Técnico de Edificações, Edson Silva.



quinta-feira, 31 de julho de 2014

Recepção - Hospital Vida


Fomos chamados pelo Hospital Vida Ltda., localizado no interior do estado do Ceará, para fazer o projeto de reforma de sua recepção que estava bem desatualizada e não supria mais as necessidades de seus pacientes. A INmense, Escritório de Arquitetura optou pela demolição da antiga recepção e a criação de uma nova que atendesse todas estas necessidades do hospital, como espaço para mais recepcionistas, guarda de documentos dos médicos e melhoria ergonômicas nas estações de trabalho.
Trouxemos para a ambientação o modernismo dos móveis com cores escuras e a rigidez do granito no balcão, trabalhando com as alturas corretas nas estações e deixando o local mais agradável, sem tantos detalhes e curvas que existiam.
Ao final, a INmense conseguiu atender as necessidades do Hospital Vida e dar o primeiro passo para a atualização e melhoria de uma instituição tão importante para sua população.







sábado, 5 de abril de 2014

Publicação Revista KAPA 2014


Quarto de Bebê

Fomos procurados por um casal para elaborarmos o projeto do quartinho do segundo filho. Escolhemos tons neutros e sóbrios em harmonia com o marfim e o azul. O mobiliário charmoso privilegiou a funcionalidade para os pais e para o bebê, tendo cada peça sua razão de estar ali. O aconchego sempre está presente nos nosso projetos, é o que se observa na iluminação indireta e decorativa em todo o ambiente, principalmente na moldura que destaca o berço e nos nichos emoldurados.




segunda-feira, 31 de março de 2014

Residência 2 de 3

Quando se pensa em uma casa no interior do estado, se pensa em uma residência tradicional, regional, com telhado colonial e alpendre. Mas não era nada disto que nosso cliente queria em sua nova moradia.
Irmão de um antigo cliente, ele queria construir dentro do terreno aonde já se localizava a residência do mesmo (também projeto de nosso escritório - "Residência 1 de 3"), uma casa moderna e fora dos padrões tradicionais de sua região.
Pensando nisto, criamos uma proposta aonde projetamos uma casa compacta e moderna. Aonde seus cômodos estão protegidos do sol da tarde e com suas grandes esquadrias voltadas para a ventilação predominante da região.
A volumetria mais interessante e desafiante, pedido de nosso cliente, foi a criação de uma varanda ampla e aberta, sem o uso de pilares. Para tanto, projetamos uma área de lazer em "L", com vãos livres de 3 metros, aonde são sustentados por apenas um único pilar em seu centro.
O cálculo estrutural teve de ser bastante preciso, não só pela ousadia do sistema, mas pelos usos que a área pode ter que o desequilibre.
O programa em si remonta ao de uma casa comum, mas com seus ambientes livres de pilares e cômodos abertos e voltados para área de jardim, vemos com clareza o quão singular e individual é este projeto:






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Cálculo Estrutural: Engenheiro Airton Machado

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Oito exemplos de que é possível despoluir os rios urbanos


Rio Cheonggyecheon, Seul.. ImageFonte: wikimedia.org 

O crescimento urbano desenfreado – e frequentemente desordenado - somado à falta de investimentos do poder público e à ausência de campanhas de conscientização da população – ou mais profundamente, ausência de educação pública de qualidade – faz com que uma parcela considerável dos rios brasileiros não receba o tratamento que mereceria. Ausência de sistemas de saneamento e descarte de resíduos industriais são vilões de peso neste panorama.
Atualmente, os 500 maiores rios do planeta enfrentam problemas com a poluição, segundo dados da Comissão Mundial de Águas. Contudo, diversas cidades conseguiram transformar seus rios outrora decadentes em belos cartões-postais, como Paris e Londres, integrando-os à sua vida econômica, social e urbana. A revista Exame listou alguns exemplos que podem vir a inspirar as autoridades brasileiras; uma esperança em que, futuramente, nossos rios recebam o mesmo tratamento que estes receberam. A seguir, oito exemplos de que é possível despoluir os rios urbanos.


Rio Sena, Paris (França)
Rio Sena, Paris.. ImageFonte: turismoenparis.es 

O Sena, em Paris, foi degradado por conta da poluição industrial, situação comum a outros rios europeus. Neste caso, porém houve um agravante: o recebimento de esgoto doméstico.
Por conta de seu estado lastimável, desde a década de 1920 o Sena é alvo de preocupações ambientais. Mas foi apenas em 1960 que os franceses passaram a investir na revitalização do local construindo estações de tratamento de esgoto. Hoje já existem cerca de 30 espécies de peixes no rio, mas o processo para que isso acontecesse foi lento.
No começo, havia apenas 11 estações em funcionamento. Em 2008 já eram duas mil, mas a meta é que em 2015 o rio já esteja 100% despoluído. Como parte do processo de tratamento de esgoto, o governo criou leis que multam fábricas e empresas que despejarem substâncias nas águas. Além disso, há um incentivo entre 100 e 150 euros por hectare para que agricultores que vivem às margens do rio não o poluam.


Rio Tâmisa, Londres (Reino Unido)
Rio Tâmisa, Londres.. ImageFonte: http://1.bp.blogspot.com 

O Tâmisa tem quase 350 km de extensão e um longo histórico de poluição. As águas deixaram de ser consideradas potáveis ainda em 1610, por conta da falta de saneamento básico da Inglaterra. Ocorriam até mesmo mortes por cólera. Em 1858, no entanto, reuniões parlamentares precisaram ser suspensas por conta do mau cheiro das águas, o que levou os governantes a resgatar a vida do rio.
Na época foi colocada em prática uma alternativa sem êxito, já que o sistema que coletava o esgoto despejava os dejetos recolhidos no rio a certa distância abaixo da cidade. Apenas entre 1964 e 1984 novas ações de revitalização surtiram efeito. Foram criadas duas estações de tratamento de esgoto com investimentos de 200 milhões de libras esterlinas. Quinze anos depois, um incinerador passou a dar destino aos sedimentos vindos do tratamento das águas, gerando energia para as duas estações. Fora isso, hoje dois barcos percorrem o Tâmisa de segunda a sexta e retiram 30 toneladas de lixo por dia.


Rio Tejo, Lisboa (Portugal)

Rio Tejo, Lisboa.. ImageFonte: globosapiens.net 

Para despoluir o famoso rio de Lisboa foram investidos 800 milhões de euros. A revitalização, que se encerrou em 2012, incluiu obras de saneamento e renovação da rede de distribuição de águas e esgotos, visto que os dejetos eram depositados diretamente nas águas do rio. Foram beneficiados com o projeto 3,6 milhões de habitantes.
O Tejo é o maior rio da Europa ocidental e passou a ser despoluído com a criação da Reserva Natural do Estuário do Tejo, em 2000. O plano envolveu a construção de infraestrutura de saneamento de águas residuais e renovação de condutas de abastecimento de água.


Rio Cheonggyecheon, Seul (Coreia do Sul)
Rio Cheonggyecheon, Seul.. Imageblogcdn.com 

Pode parecer mentira, mas os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul foram totalmente revitalizados em apenas quatro anos. Hoje ele conta com cascatas, fontes, peixes e é ponto de encontro para todas as faixas etárias.
Seu renascimento começou em julho de 2003, quando o governo da cidade implodiu um enorme viaduto (de cerca de 620 mil toneladas de concreto) que ficava sobre o rio e começou, paralelamente, um grande projeto de nova política de transporte público, além de construir diversos parques lineares e aumentando a quantidade de áreas verdes nas ruas.
Com as melhorias ambientais, a temperatura em Seul diminuiu 3,6°C, além de haver melhorias econômicas para a cidade. O rio sul-coreano era responsável pela drenagem das águas da metrópole com mais de 10 milhões de habitantes quando seu leito se tornou poluído. Hoje, as águas que correm por lá são bombeadas do Rio Han, outro que passou pelo processo de despoluição.


Rio Han, Seul (Coreia do Sul)
Rio Han, Seul.. ImageFonte: http://coreia2010.files.wordpress.com 

Formado pela confluência dos rios Namhan e Bukhan, ele passa por Seul e se junta ao rio Imjin, que em seguida deságua no Mar Amarelo. Com 514 km de extensão, sendo 320 navegáveis, o rio sempre teve papel fundamental para o desenvolvimento da região, visto que era proporcionava transporte para a agricultura e o comércio, além de ajudar na atividade industrial e na geração de energia elétrica.
No entanto, o Rio Han sofreu grande degradação durante a Segunda Gerra Mundial e Guerra da Coreia, quando começou a receber o despejo de esgoto.
Porém, em 1998, com o plano de Desenvolvimento e Implementação de Gestão da Qualidade da Água, o local mudou o seu destino. Com a revitalização do rio Cheonggyecheon, o Han também passou por mudanças e hoje é considerado limpo e já tem algumas espécies de peixe.


Rio Reno, várias cidades da Europa
Rio Reno.. ImageFonte: wikimedia.org 

Com cerca de 1,3 mil km de extensão, o rio nasce nos Alpes Suíços e banha seis países europeus até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. Durante muitos anos recebeu dejetos de zonas industrias, o que o levou a ser conhecido, em 1970, como a cloaca a céu aberto da Europa.
Um dos principais casos de contaminação aconteceu em 1986, quando 20 toneladas de substâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça. Com o ocorrido, o governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno em 1987, investindo mais de 15 bilhões de dólares em sua recuperação, que contou com a construção de estações de tratamento de água monitorado. O resultado são 95% dos esgotos das empresas tratados e a existência de 63 espécies de peixes vivendo ali hoje.


Rio Cuyahoga, Cleveland (Estados Unidos)
Rio Cuyahoga. ImageFonte: generationscvnp.org 

Localizado no estado de Ohio, tem 160 km de extensão, passando pelo Parque Nacional do Vale Cuyahoga e desaguando no Lago Eire. Hoje ele é parte fundamental do ecossistema da região, sendo lar e fonte de sustento de diversos animais. No entanto, a história era bem diferente num passado não muito distante.
Devido à atividade industrial maciça e o esgoto residencial da região entre Akron e Cleveland, o rio era bastante poluído. Para piorar a situação, em junho de 1969, uma mancha de óleo e outros produtos químicos incendiaram o rio. Por conta desses fatores, em 1970 foi assinado o Ato Nacional de Proteção Ambiental, que viabilizou a criação do Ato Água Limpa, em 1972, estipulando que todos os rios do país deveriam ser apropriados para a vida aquática e para o lazer humano.
Assim, Cleveland investiu mais de 3,5 bilhões de dólares para a purificação da água do Cuyahoga e dos seus sistemas de esgoto. E a previsão é de investir mais 5 bilhões nos próximos 30 anos para manter o bom estado de suas águas.


Canais de Copenhague (Dinamarca)
Canais de Copenhague.. ImageFonte:stromma.dk 

Provavelmente você conhece a capital dinamarquesa por ser referência no assunto meio ambiente. Hoje ela possui uma meta muito clara: quer chegar em 2025 como a primeira capital mundial a neutralizar suas emissões de carbono.
Mas nem sempre foi assim. Antes os canos que levavam a água da chuva para os rios e canais muitas vezes se misturavam com a rede de esgoto, transportando os dejetos para as águas. Além disso, o entorno do rio era industrial, o que fazia com que boa parte do lixo da região fosse parar nos canais e rios.
Em 1991, no entanto, surgiu o plano de despoluição das águas e a remoção da área industrial ao redor do rio. Assim, as galerias pluviais foram reconstruídas, os reservatórios de água foram estabelecidos em pontos estratégicos da cidade para que a água da chuva se armazenasse em caso de tempestade e o encanamento dos esgotos foi aperfeiçoado. O lixo, por sua vez, passou a ser reciclado e incinerado.
Hoje os habitantes e turistas podem, inclusive, tomar banho nas piscinas públicas artificiais criadas pelo governo.


Via: ecodesenvolvimento.org






Fonte: Romullo Baratto. "Oito exemplos de que é possível despoluir os rios urbanos" 20 Jan 2014. ArchDaily. Accessed 21 Jan 2014. <http://www.archdaily.com.br/br/01-168964/oito-exemplos-de-que-e-possivel-despoluir-os-rios-urbanos>